Clínica e Crítica

Apresentação
Não é da noite para o dia que alguém se torna psicanalista. Na verdade, é um longo percurso até alguém sentir-se seguro o bastante para autorizar-se a tal título. Além do mais, a psicanálise é um campo amplo de conhecimento, atado de maneira íntima com outras áreas como a filosofia, sociologia e psicologia. Ou seja, alguém que procura tornar-se psicanalista precisa estar disposto a mergulhar neste mar de ideias inter-relacionadas que muitas vezes faz o marinheiro de primeira viagem perder-se em alto mar. Outro ponto importante, a psicanálise não é letra morta, ela tem uma rica história onde os que vieram depois de seu criador, Sigmund Freud, criticaram e apontaram as limitações dela. Tornar-se psicanalista é, então, apropriar-se e autorizar-se dentro desta longa história de idas e vindas que é a psicanálise.
A Ideia
“Tornar-se psicanalista” fala de um caminho muito íntimo, o percurso pelo qual cada um se autoriza intitular-se como tal. Como isso acontece? Através dos três pilares que Freud postulou: Formação, Supervisão e Análise. A ideia do “Tornar-se Psicanalista” aproxima-se do primeiro pilar: a formação. Como? Através de encontros de discussão teórica. Contudo, o que se percebe é que o estudo de psicanálise normalmente centra-se apenas em Freud, no máximo em um segundo autor, seja Jung, Lacan ou Winnicott. Mas os encontros de “Clínica e Crítica” oferecidos pelo “Tornar-se Psicanalista” almeja um amplo estudo de autores e autoras que contribuíram para o crescimento da psicanálise, seja aprofundando as ideias de Freud, seja criticando e apontando suas limitações e até mesmo erros.
Objetivo
O objetivo do “Tornar-se Psicanalista” é oferecer um espaço de estudo e reflexão da Psicanálise no campo da Clínica e da Crítica. Ou seja, através de encontros teóricos e discussão, aprofundar-se nos estudos basilares para a compreensão e o funcionamento da Clínica Psicanalítica, através do estudo de Freud e seus sucessores, além de buscar um olhar crítico de outros autores para repensar os princpais conceitos e práticas da psicanálise.
- Compreender as principais ferramentas conceituais da psicanálise;
- Oferecer recursos teóricos e práticos para os atendimentos clínicos;
- Discutir criticamente os limites da psicanálise, suas limitações, pontos fortes e fracos;
- Estudar e discutir os principais casos clínicos de Freud e seus sucessores.
Clínica
A Clínica é o laboratório do Analista, onde ele busca compreender a psiquê humana, faz suposições e intervenções pensando em seu funcionamento.
Freud revolucionou a escuta clínica ao perceber que muitos sintomas não eram fisiológicos, mas sim psicológicos. Sua suposição era de que seus pacientes sabiam de algo do qual não conseguiam expressar com palavras. O Inconsciente é um saber ao qual não se tem acesso direto, mas que a clínica psicanalítica tornou-se capaz de trazer à tona. Tornar-se psicanalista então, envolve amplo conhecimento e o funcionamento dos conceitos psicanalíticos aplicados principalmente na prática clínica.
Entretanto, o conhecimento que emerge da escuta clínica não se restringe ao consultório. Foi Freud quem primeiro percebeu como o conhecimento que nascia com a psicanálise permitia uma compreensão do funcionamento da sociedade. Afinal, indivíduos e sociedade não são coisas separadas. Sendo assim, a clínica permite também um entendimento das condições sócio-culturais que se refletem na prática do psicanalista.
Ao longo da exposição será dado espaço para dúvidas e discussões.
Crítica
A psicanálise é um campo vivo do conhecimento, é praticada em diversos países e passa por inovações contínuas. Mesmo Freud, seu criador, repensou seus principais conceitos ao longo de sua extensa obra. E depois dele, outros psicanalistas se esforçaram para pensar os limites e dificuldades da psicanálise, sem temerem reformular e por vezes descartar conceitos, ideias e práticas.
Além disso, a Psicanálise é um amplo campo do saber, que se relaciona diretamente com vários outros: psicologia, sociologia, neurologia, filosofia. Por vezes isso acontece de uma maneira cooperativa e expansiva, mas acontece também o contrário. Outras áreas do conhecimento dirigem um olhar crítico à psicanálise, apontando seus limites e até mesmo incongruências intelectuais.
A Crítica tem a função de aprofundar quais são os principais problemas que este campo do conhecimento apresente, apontando seus limites e dificuldades. Claro que a ideia não é demolir o edifício psicanalítco, mas sim encontrar os pontos onde Freud não encontrou saídas adequadas às mudanças sociais e políticas que exigem da psicanálise se repensar.
Formato dos Encontros
Módulos Temáticos
- Os encontros acontecem em torno de eixos temáticos;
- Leitura e discussão de textos selecionados
- Segunda-Feira das 19h às 21:30h
- exceto feriados
- Online pelo Zoom Meetings
- Gravado para quem quiser assistir depois
- Participação no grupo exclusivo do Whatsapp
- Para compartilhar documentos, links
- Facilitar a continuidade das discussões
Discussões Teóricas
- Os encontros visam o primeiro eixo da psicanálise: Formação
- Isso acontece através de leitura e discussão de temas escolhidos
- Os temas escolhidos são relevantes para clínica e a crítica da prática psicanalítica.
Convidados de Referência
- Sempre que possível e necessário, teremos a presença de referências na área para apresentarem suas ideias;
- O objetivo é fazer circular a palavra por diversos temas e trazer outros pontos de vista;
- Os convidados apresentam suas ideias e propõem discussões ao grupo.

Leitura Selecionada
Cinco Lições de Psicanálise
A primeira leitura selecionada trata de uma série de palestras que Freud deu em uma Universidade nos Estados Unidos, em setembro de 1909, para expor suas teorias de psicanálise. O objetivo dele era demonstrar para uma classe de não médicos, através da exposição de conceitos e casos clínicos, que havia uma técnica eficaz para curar os “ males do espírito ”. Essas conferências foram publicadas em 1910 com o nome de “Cinco lições de psicanálise”.
Este livro, dividido em cinco partes, e traz a história e os fundamentos desta nova disciplina voltada ao tratamento mental. Em sua primeira lição, por exemplo, Freud relata seus estudos com o médico Joseph Breuer a respeito de uma jovem que apresentava um quadro de histeria. Antes da psicanálise, pacientes com complicações que não podiam ser detectadas por um exame objetivo eram simplesmente colocados em segundo plano pela medicina, desmerecidos e ignorados. A nova abordagem demonstrada por Freud por meio desse tratamento e nas demais lições da obra constituiu uma verdadeira revolução nos cuidados de muitos pacientes.
Freud segue com toda a sua eloquência, expondo para seus ouvintes as conquistas da psicanálise através de exposição teórica e exemplos. O leitor não pode deixar de se impressionar com a capacidade argumentativa de Freud que convence pela força de suas ideias e convicção com que apresenta o tema.
Links:
Bibliografia Sugerida
Freud
Escritos sobre Metapsicologia
Casos Clínicos
Lacan
Seleção dos Seminários
Escritos
Winnicott
A Natureza Humana
Da Pediatria à Psicanálise
John Bowlby
Apego e Perda
Sidarta Ribeiro
Oráculo da Noite
Frantz Fanon
Pele Negra, Máscaras Brancas
Deleuze & Guattari
Anti-Édipo
Mil Platôs
Paul Preciado
Eu sou o Monstro que vos fala
Manifesto contrassexual
Foucault
História da Loucura
Os Anormais
Paul Laurent Assoun
Nietzsche e Freud
A Filosofia e os Filósofos
Bruce Fink
Introdução à Clínica de Freud
Introdução Clínica à Psicanálise Lacaniana
Luiz Alfredo Garcia-Roza
Metapsicologia Freudiana
Freud e o Inconsciente
Robert Castel
Psicanalismo
Gestão dos Riscos
Joel Birman
Ser Justo com a Psicanálise
O sujeito na contemporaneidade
Elizabeth Roudinesco
Por que Psicanálise?
Por que tanto ódio?

Rafael Trindade
CRP: 06/123926
Psicólogo e Filósofo, estou há mais de dez anos atuando na clínica e ministrando cursos de filosofia e atualmente também no percurso de “Tornar-se Psicanalista“.
Desde minha formação até hoje, em minha prática profissional, estive dividido entre a Filosofia e a Psicologia, E mesmo nestas duas áreas do conhecimento os meus interesses se multiplicam. Na Filosofia, vários autores chamam a minha atenção: Nietzsche, Espinosa, Schopenhauer, Foucault, Deleuze. Na Psicologia, isso se refletiu pelo interesse mútuo em Behaviorismo e Psicanálise. A maior parte do tempo senti que estes múltiplos interesses resultava em uma limitação profunda. Este preconceito durou até perceber como a prática clínica se beneficiava da associação de vários campos do conhecimento.
Meu percurso na Psicanálise começou quando reconheci a possibilidade dela conversar de maneira promissora com outras áreas do conhecimento, abordando com grande profundidade a psiquê humana. Desde então, meu objetivo é mostrar que a formação de um bom psicanalista não pode prescindir de estudo aprofundade e crítico, além do conhecimento de outras áreas.
Contato:
Investimento
Assinantes
R$250,00/mês
Pix Recorrente ou Cartão de Crédito
Não-Assinantes
R$300,00/mês
Pix Recorrente ou Cartão de Crédito
Perguntas Frequentes
Posso participar mesmo sem ter CRP?
Sim, “Tornar-se Psicanalista” é um grupo de formação teórica, você pode participar sem ser formado em psicologia. Mas é importante um conhecimento básico de psicanálise. É importante saber também que mesmo formado, o “Tornar-se psicanalista” não é o bastante para realizar atendimentos clínicos, pois é necessário seguir o tripé da psicanálise: formação, supervisão e análise didática.
Possui Certificado?
O Razão Inadequada emite um certificado simples, de participação. A formação não é reconhecida pelo MEC. “Tornar-se Psicanalista” não é um curso delimitado com começo, meio e fim, são encontros contínuos que visam aprimorar a prática clínica do terapeuta.
Possui Supervisão Clínica?
Não, a supervisão clínica pode ser procurada à parte, com o próprio responsável do projeto. A supervisão acontece quando um terapeuta mais experiente escuta o caso clínico de um colega e ajuda no entendimento do caso, pensando junto com ele quais os pontos mais importantes, as intervenções mais interessante, os objetivos clínicos, os obstáculos e assim por diante.
Posso participar mesmo sem ter nenhum paciente?
Claro. Para “Tornar-se psicanalista” é necessário um longo percurso que envolve inclusive atender os primeiros pacientes para adquirir experiência clínica.
Posso assistir depois?
Pode, as gravações ficam disponíveis em uma lista do Vimeo, que pode ser acessada.
Mais dúvidas?
Mande um e-mail para: rafaeltrindade@razaoinadequada.com