É por meio do afeto e de sua expressão que a loucura poderia encontrar lugar no mundo, desempenhando, aliás, um papel revolucionário.
Leitura:
Rafael Lauro
março 10, 2023
Sobre
Nise da Silveira era uma psiquiatra diferente, única mulher a formar-se médica em uma turma de 157 homens. Contrária aos tratamento violentos, se recusou a utilizar a eletroconvulsoterapia, a lobotomia e o coma insulínico. A partir dos estudos sobre filosofia e psicanálise, ela conseguiu ver o que seus colegas psiquiatras eram incapazes de perceber: a loucura não é o avesso da razão, mas outra forma de relação com o mundo. Por meio de práticas artísticas como a pintura e a escultura, Nise forneceu ferramentas que abriam aos esquizofrênicos novas possibilidades de expressão e afeto. Nise é considerada pioneira na luta antimanicomial, porque é alguém que não apenas estava além de seu tempo como teve a coragem de enfrentá-lo. No podcast desta sexta, conversamos sobre “uma psiquiatra porreta”, Nise da Silveira, que será tema do nosso curso no Sesc.