Descrição
“Os amores me fazem pensar demais” – Canção do Século XV
Sobre o Curso
Ao longo da história da filosofia ocidental, o amor gradualmente se transformou em um tema menor, considerado menos importante do que a política, a estética, a epistemologia e a metafísica. Ainda assim, sempre houveram pensadores e pensadoras a destinar uma parte importante de suas reflexões a este estranho, porém necessário, afeto. Não foram poucos os que pensaram que, neste pequeno sentimento, cruzavam-se todos os temas maiores. Assim, nesta série de cursos dedicados ao tema, nosso objetivo é mover diferentes perspectivas filosóficas sobre o amor para, quem sabe, pensá-lo melhor.
Tão universal quanto singular, a experiência amorosa é um fenômeno que atravessa os campos da ciência, da arte e até da religião. Então, o que a filosofia tem a somar? O amor é algo bem difícil de definir: biológico, metafísico, político, erótico, estético – talvez seja essa multiplicidade que torne o tema tão interessante aos olhos de uma filosofia bem disposta em refazer perguntas antigas, fadadas a permanecer sem resposta. Além disso, o amor nos torna todos um pouco filósofos, na medida em que, quando amamos, somos levados a lidar com algo que não entendemos muito bem, mas que não podemos deixar de pensar.
A história do pensamento sobre o amor é extensa, mas descontínua, cheia de curvas imprevistas. Por esse motivo, nosso curso não tratará do tema em ordem cronológica. Dividimos o assunto em módulos, nos quais agrupamos os autores por afinidade, levando em consideração a maneira como apresentam uma problemática específica sobre o amor. Neste módulo, vamos abordar diferentes perspectivas sobre a paixão, que possuem como traço geral a ideia de que, por mais difícil que seja a experiência passional, há algo nela que nos move para além das pequenezas cotidianas.
Em Foucault, Espinosa, Carson e Platão, veremos formas diferentes de elogiar o apaixonamento, ainda que, dessa experiência, os autores não excluam a dor, a angústia, a estranheza, a loucura, a moralidade, a contrariedade. Nestas aulas, nosso objetivo irá além de fornecer uma resposta definitiva à pergunta sobre o amor e a paixão. Ao contrário, a dificuldade apresentada pelo amor desmedido será um convite para ampliar o pensamento por meio de suas contradições, multiplicando as respostas e nos tornando mais aptos a lidar com suas dificuldades.
Ilustrações de Felipe Franco
Plano de Aulas
Nosso curso contará com 4 encontros ao vivo, sendo quatro aulas expositivas e um encontro final com proposta aberta:
Na primeira aula, veremos a leitura de Foucault sobre o uso dos prazeres na antiguidade grega como maneira de prover um estilo à existência – e o campo de domínio das paixões que isso exige.
Na segunda aula, perguntaremos junto a Espinosa se existe algum tipo de amor além da paixão: há como fazer do amor uma atividade?
Na terceira aula, vamos pensar com Anne Carson para caracterizar o erotismo como experiência contraditória que se assemelha à escrita e ao pensamento.
Na quarta aula, passaremos pelo “Fedro”, diálogo de Platão no qual surge o elogio do amor desmedido em função da abertura que promove naquele que ama.
Bibliografia
Livros introdutórios ao tema:
WOLFF, F. Não Existe Amor Perfeito, Sesc Edições
LANCELIN e LEMONNIER. Os Filósofos e o Amor, Tinta da China Edições
Livros que embasam as aulas:
FOUCAULT, M. História da Sexualidade 2: o Uso dos Prazeres, Ed. Paz e Terra
ESPINOSA, B. Ética, Ed. Autêntica
PLATÃO. Fedro, Ed. Penguin Classics Companhia das Letras
CARSON, A. Eros, o Doce-Amargo, Ed. Bazar do Tempo
Sobre o Professor
Rafael Lauro é um dos criadores do site Razão Inadequada e do podcast Imposturas Filosóficas, onde se produz conteúdo gratuito e independente sobre filosofia desde 2012. É natural de São Paulo e mora na capital. Estudou música na Faculdade Santa Marcelina e filosofia na Universidade de São Paulo. Em 2018, deixou o emprego como professor de música para trabalhar exclusivamente com a filosofia. Atualmente, dedica-se à escrita de textos e aulas didáticas sobre filósofos diversos – como Espinosa, Nietzsche, Foucault, Epicuro, Hume, Montaigne, entre outros – e também à escrita de seu primeiro livro autoral sobre a Anarquia Relacional, uma perspectiva filosófica sobre o amor como alegria-mútua.
E-mail: rafaellauro@razaoinadequada.com
Instagram: @rafa.lauro
Dúvidas Frequentes
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