A pressa é amiga do capital. A sensação de falta de tempo é recorrente, a ponto de ser um sintoma psicossocial: reclamamos o tempo todo do nada de tempo que sobra. Mas se a condição de estarmos vivos é a de estar no tempo, como pode ser que ele nos falte? Na verdade, o tempo falta porque nos é roubado no modo capitalista de produção: na forma de mais-valia, pelo patrão; na forma de reprodução, pelo patriarcado; na forma do consumo, pelos publicitários. A inscrição dos traços capitalistas na formação da nossa subjetividade alterou a maneira como percebemos o tempo, mas ainda assim parece existir um outro tempo, mais vivo, passando por baixo do concreto das cidades. No podcast desta sexta, o último do semestre, conversamos sobre a pressa que se impõe a todos nós e partimos “em busca do tempo roubado”.