O espanto é o despertar do pensamento. Na vida cotidiana, o pensamento serve ao hábito, mas o espanto chega sem pedir licença, por meio de um acontecimento inusitado. O fluxo mecânico do pensamento é interrompido, e não temos escolha senão parar e olhar mais uma vez – admirar o que apareceu de surpresa. Na admiração, um universo de novas possibilidades se abre para o pensamento, que se lança criativamente em busca de respostas. No entanto, a continuidade da admiração traz de volta o espanto: basta esboçar uma resposta para ver surgir uma miríade de outras perguntas. No podcast desta sexta, conversamos sobre o papel da admiração e do espanto na formação do conhecimento, e concluímos que “pro filósofo é sempre a primeira vez”.