O ouro é usado para valorizar a imperfeição, transvalorá-la. É na falha que está o valor. Aquilo que ninguém gostaria é trabalhado de modo a tornar-se distinto, uma peça única, permeada de cuidado, amor, continuidade.”

Leitura:

Rafael Lauro

Join the discussion 2 Comments

  • Jananda disse:

    Quando penso em Kintsugi, penso em toda a milenar filosofia oriental. É impossível separar a cultura japonesa do pensamento zen budista. Nós estamos tão mergulhados no pensamento, nos valores e na cultura ocidental, que acabamos caindo em armadilhas na hora de analisar o kintsugi. Um exemplo é quando vocês comentam sobre o “não”. No pensamento zen, não se trata de apego ao objeto desejado e a recusa a se desapegar dele, mas sim de aceitar a impermanência. Se trata de aceitar que todos os sentimentos fazem parte da vida, como vocês bem comentaram sobre o modo de vida que tem repulsa à dor. Quem no ocidente desenvolve um pensamento parecido é Heráclito: “ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”, ou seja, estamos sempre mudando, assim como os objetos que se quebram.

Deixe um Comentário