As dores do mundo fizeram o ser humano buscar por consolos e descanso. A coisa em si é uma Vontade insaciável, como escapar dela? Como conquistar algum momento de paz e serenidade? Schopenhauer encontrou uma boa resposta na estética, ela realmente permite alguns momentos de alheamento, desligamento do mundo. Mas o Gênio, este personagem filosófico criado por Schopenhauer, encarna de modo incompleto seus ideais, ele é capaz de enfrentar o niilismo da Vontade, mas ainda é ineficaz, seu sofrimento sempre retorna com o fim da música. Precisamos ir mais longe, precisamos de algo mais profundo e definitivo. A figura do Gênio não é o bastante, mas já indicou a direção a se seguir.
Schopenhauer encontra outro personagem conceitual para dar conta da negação da Vontade. O Gênio nega o corpo em nome da contemplação intuitiva do belo e do sublime. O Asceta nega o corpo e vai além, negando a espécie como um todo. Seguindo para além dos fenômenos, os santos, meditadores e afins, percebem que tudo é um. Por trás do Véu de Maia percebemos que o nosso sofrimento é o sofrimento de todos, sem exceção.
Schopenhauer se concentra na máxima védica: “Isto és tu”. Não há mais separação, o véu da individualidade cai. Apenas assim é possível amar o próximo como a si mesmo, apenas assim é possível desprezar a si mesmo em nome da compaixão desinteressada. A diferença entre nós e os outros é um fenômeno passageiro e ilusório, no fundo não há diferença. O Asceta se compadece pelo mundo, ele e o mundo são a mesma coisa. É desta constatação que brota toda bondade, amor, virtude, nobreza.
Este indivíduo tomou para si as dores de todo o mundo, o sofrimento visto nos outros passa a afetá-lo como se fosse dele. Ele se compadece. Encarando o mundo da Vontade algo nele se vira, ele atinge então o estado voluntário de renúncia, único estado de resignação e verdadeira serenidade. Seu amor erótico, concupiscente, afirmação da Vontade de Vida, se torna Ágape, pura compaixão, amor desinteressado. Sua individualidade se dilui. Ele passa a amar se compadecendo pela vida como um todo. Tudo lhe toca, lhe fere, lhe prova que a vida não passa de um longo erro.
Nos aproximamos aqui dos ensinamentos budistas:
- O Sofrimento – sim, a filosofia Schopenhaueriana já encontrou esta constatação logo de início. A vida é um jogo cujos lucros não cobrem os custos. A dor está no corpo e na alma, na juventude e na velhice, no homem e na mulher. A vida é uma roda de dores, um esforço sem fim, uma busca desenfreada e ilusória por satisfação.
- A Origem do Sofrimento – Schopenhauer também nos deu esta resposta em sua filosofia. Há uma diferença entre afirmar a Vontade de Vida e negar a Vontade de Vida. Seguindo o primeiro caminho apenas sofreremos mais, desejo após desejo, satisfação após satisfação, é como querer apagar o fogo alimentando-o com combustível.
- Cessação do Sofrimento – para Schopenhauer, assim como para o budismo, há apenas um único caminho, negação do desejo. O desejo é permanente carência, angústia, a única saída para a serenidade e realização é a negação da Vontade.
- O Caminho para Cessação do Sofrimento – o budismo traz o caminho óctuplo como ferramenta, o cristianismo tem suas técnicas também, cada religião chega a conclusões parecidas e técnicas similares. Schopenhauer chega no mesmo ponto, mas percorrendo o caminho filosófico. O caminho é a negação do corpo e da vida.
O Autoconhecimento gerou uma repugnância da Vontade, este espetáculo não pode continuar. A saída? Em primeiro lugar, a mortificação do corpo: jejum, castidade, auto-punição. A ascese se manifesta primeiramente na pobreza voluntária e intencional, comer pouco, viver pouco, sentir frio, dor. A mortificação é o reconhecimento de que ele é apenas um fenômeno, algo ilusório que deveria não ser. O jejum é uma maneira de torná-lo fraco, comportado, contido. A castidade é o segundo passo, uma ampliação do corpo para a vida como um todo! De que vale continuar com isso tudo? Não, este espetáculo precisa ter fim, uma hora precisa acabar, não pode continuar, é absurdo. Trata-se de uma Negação da Vontade de Vida que segue sempre para além da Vontade individual, alargando-se para a vida como um todo.
Schopenhauer complementa aqui seu personagem conceitual com a imagem dos Santos, dos Ascetas, dos Monges. Francisco de Assis, Jesus, Buda, etc. Aqui a compreensão vence o querer, aqui o Intelecto domina a Vontade! Há uma lenta, mas definitiva transformação. A ascese é um exercício contínuo e determinado de negação de si. Afinal, haveria outro lugar para começar a negar a vida senão por nós mesmos? Esta negação precisa ser constantemente renovada, levada adiante, sempre um passo além. Uma busca pela mortificação, um anseio pela resignação completa. O sofrimento aqui funciona como um quietivo para a Vontade de Vida, serve para mostrar a inutilidade de toda busca por prazer.
Aí está a serenidade: apenas da negação da Vontade surge a paz e a alegria profundas que tanto ansiamos! Apenas os Santos e Monges iluminados miram calma e sorridentemente a fantasmagoria deste mundo, nada para eles é real, tudo não passa de vaidades. A Ascese é um quietivo do querer, calar o corpo, calar a Vontade de se Reproduzir, calar o desejo de continuar a propagar as dores do universo e o anseio inútil por felicidade, para enfim calar este mundo que simplesmente não deveria existir.
Como não notar as semelhanças entre a orientações filosóficas de Schopenhauer e os ensinamentos cristãos? Claro, o filósofo o faz à sua maneira, mas novamente estamos no cristianismo! Passando por Platão, Kant e agora também Schopenhauer. Parece que todos os rios do niilismos desaguam uma hora ou outra no cristianismo. Ele é o grande mar de Nada no qual nos banhamos. A figura da Santidade é o caminho para o nada e o vazio. O Asceta é a grande figura da resignação, o ápice do Niilismo Passivo, o personagem conceitual perfeito para Schopenhauer: O grande Não para este mundo! Nietzsche se revoltará contra esta filosofia macabra, triste, pobre, impotente onde a negação do corpo se torna negação da vida. Agora, estamos perto do último passo a ser dado: a Negação do Mundo.
É possível fazer uma ruptura do prazer interno com as ações externas, fazendo com que os atos que são julgados prazerosos sejam só mais atos neutros, assim surge o desapego e também a paz incondicional e sessa o sofrimento. Ou seja, com sexo ou não eu tenho paz, pois é só mais uma ilusão, com comida ou não eu tenho paz, pois a fome é mais uma ilusão, com droga ou não, eu tenho paz, vaidade achar que existe a dualidade bem e mal, este corpo é ilusão, o controle é ilusão, ilusão e não ilusão são ambos lados de… Ler mais >
Oi,tudo bem? Estou começando a ler um pouco sobre essas filosofias, e tenho algumas dúvidas, poderia me ajudar?
yottazeh@gmail.com
Achei tudo maravilhoso! Para os amantes de filosofia, o lugar perfeito.
RAFAEL TRINDADE SEU FIILHO DA PUUTTA IMBECIIL! SEU BOOSTA! NIETZSCHE E SCHOPENHAUER ERAM ATEUS! AQUI NESSE SITE DE BOOSTA VOCÊ MENTE E DISTORCE AS COISAS PARA AQUILO QUE LHE CONVÉM! E UM MONTE DE IDIOTAS ACREDITAM NAS SUAS MENTIRAS IMUNDAS! VOCÊ NÃO TEM NENHUM CONHECIMENTO SOBRE NIETZSCHE E SCHOPENHAUER, E NUNCA LEU ELES NA VIDA! VOCÊ NÃO SABE POORRA NENHUMA DE NIETZSCHE E SCHOPENHAUER! VAI PRA PUUTA QUE TE PARIU SEU LIXO! VAI TOOMAR NO SEU CU SEU MONGOLÓIDE DO CARALHO!
Perdeu a lucidez, meu caro?
Cabe-me uma dúvida, Rafael.
Com a filosofia de Nietzsche, dá-se espaço ao sofrimento, já que o mesmo “afirma a vida”? A filosofia de Schopenhauer seria a “única” forma de se alcançar a placidez, a quietude?
Cada pessoa faz parte de alguma coisa neste mundo, enfim a felicidade plena é completa só não foi encontrada ainda porque as pessoas renegam a si mesmas e não colocam a humildade, honestidade e caridade acima de tudo como ensina Jesus Cristo, pois a caridade deveria estar em todos os lugares e a preguiça e a maldade e a traição elas sim deveriam morrer para renascer uma sociedade mais fraterna e temente a DEUS, pois sua existência e completamente verdadeira sendo reconhecido até mesmo pela ciência. MATERIA NÃO PODE SER CRIADA EE NEM DESTRUIDA, ELA SÓ PODE SER TRANSFORMADA OU… Ler mais >