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Filosofia em Tom Maior

Música e Filosofia

Para ilustrar a série, escolhemos os quadros de Jackson Pollock

Filosofar com notas musicais ou cantar ideias filosóficas? Medir o tempo em segundos ou contar suas pulsações? Escrever um texto ou criar uma melodia? Ler um livro ou uma partitura? Ambos! – já não é mais uma questão de um ou outro – deixamos a exclusividade para trás, os especialistas provavelmente vão abrigá-la em algum canto. Bach e Beethoven podem nos prover de pensamentos tão potentes quanto Espinosa e Nietzsche! Alguém duvida? Basta ouvir de corpo inteiro, sem apartar os conhecimentos, ao contrário, promover a orgia dos pensamentos. Escrever ouvindo e ouvir escrevendo. E por que não filosofar em tom maior? Já é meio-dia, não há mais sombra para a filosofia.

A filosofia e  a religião estiveram andando próximas por tantos e tantos séculos, já passou da hora de buscar outros parceiros. Teologia? Não, obrigado. Biologia? Talvez. Geografia? Provavelmente. Música? Com certeza! Queremos pensar com notas e pausas, queremos modular nossos pensamentos com acordes de passagem, estamos ávidos por sétimas e trítonos.

Que conceitos podemos criar pensando desta maneira? Qual filosofia advém do agenciamento com a música? Vibração, ressonância, intensidade, duração, dinâmica, arranjo, consonância, fermata, timbre, forma …. são só alguns paralelos que nos vêm imediatamente à mente. O casamento entre música e filosofia é mais do que fértil! Quais os problemas que surgem de uma análise musical de nosso tempo? Qual a ética da consonância? Qual a política da ressonância? É tudo novo, de novo, o ritornelo abre espaço para a improvisação.

Mas antes uma ressalva: não é crítica de arte (não queremos ser colunistas de jornal). Não há discussão (não somos vlogueiros polêmicos). Não há intenção de salvar nada (não somos padres). Não queremos defender nenhuma vanguarda. É uma questão de experimentação, de criar ideias potentes, novos conceitos: ferramentas singulares nascidas de um bom encontro, uma união harmoniosa. A música sempre esteve presente em nossas vidas, por que não mergulhá-la em um caldo filosófico? O filósofo senta na primeira fileira de uma sala de concerto para pensar melhor.