O núcleo de toda subversão é precisamente a recusa do Sagrado. Como demônios revoltos, nos sacudimos fazendo voar a poeira dos velhos escritos, estilhaçamos os embaçados vitrais e atravessamos as soleiras empoeiradas dos velhos mausoléus. Um querer respirar – e nada mais do que isso! – é o que nos move.
Não subestimamos mais a capacidade que uma Verdade tem de fazer curvar. Antes de aceitá-la por sobre nossos ombros, exigimos: “Diga-me teu nome”, “Conte-me sobre ti”, “A quem obedeces?”. Questão por questão, vamos retirando os lastros, desapertando o cinto, afrouxando a gravata de nobres mandamentos, para que, ao final, eles mesmos não consigam mais dizer seus pesos.
Sagrada é a Família, Sagrado é o Coração, Sagrada é a Revelação, Sagrado é o Sultão, Sagrada é a Escola, Sagrado é o Padrão, Sagrada é a Moeda, Sagrado é o Capitão, Sagrada é a Oração, Sagrado é o Ofício, Sagrada é a Mansão. O Sagrado, eis o inimigo. A anterioridade do valor à valoração, eis o crime.
Rafael Lauro, gostei muito da forma do seu chamamento à dessacralização. Se me permite um acréscimo à lista de “coisas sagradas” que demandam este movimento: ….”Sagrado é o Partido”
Abraço
Chamamento a dessacralização.
Exatamente … me lembra Duchamp!
Gratidão !
Enviada do meu iPad
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