Skip to main content
CarrinhoClose Cart

Subjetividade em Crise

Série baseada nas 4 figuras do livro "Declaração"

A hegemonia das finanças e dos bancos produziram o endividado. O controle das informações e das redes de comunicação criam o mediatizado. O regime de segurança e o estado generalizado de exceção construíram a figura oprimida pelo medo e sequiosa de proteção: o securitizado. E a corrupção da democracia forjou uma figura estranha despolitizada: o representado

– Negri & Hardt, Declaração, p. 21

Declaração é um pequeno grande livro. Em poucas páginas, faz um diagnóstico, prescreve alguns antídotos e estabelece um projeto. Tudo isso em linguagem corrente, sem discorrer longamente sobre conceitos, teses e teorias. Mas também sem ignorar as várias lacunas que  permanecem inexploradas.

A diagnóstico se faz com base na ideia de que o Capital produz Subjetividade, mais especificamente, 4 figuras de Subjetividade. Todos nós temos no corpo a marca de cada um dos quatro modelos – e carregamos seus pesos. Nossa maneira de viver nasceu do triunfo do neoliberalismo e de suas crises. E assim, nos tornamos fodidos, tapados, medrosos e covardes.

Descobrir-nos dessa maneira só será triste enquanto não estivermos fortes o suficiente para resistir. É por isso que cada figura vem com alguns conselhos, receitas para uma resistência. Produzir a nós mesmos é só o começo. Deixar de ser peça, tornar-se máquina é já um grande passo. Lutar pela restituição do comum, uma nova constituição, um novo relacionamento, novas subjetividades.

Eu oporia a essa máquina de produção de subjetividade a ideia de que é possível desenvolver modos de subjetivação singulares, aquilo que poderíamos chamar de ‘processos de singularização’: uma maneira de recusar todos esses modos de encodificação preestabelecidos, todos estes modos de manipulação e de telecomando, recusá-los para construir modos de sensibilidade, modos de relação com o outro, modos de produção, modos de criatividade que produzam uma subjetividade singular”

Félix Guattari e Suely Rolnik, Micropolítica – Cartografias do Desejo, p. 22