Vida
Henri-Louis Bergson nasceu no dia 18 de outubro de 1859 em Paris. Ambos os pais eram judeus, sua mãe de origem inglesa e o pai, polonês. Michael Bergson, seu pai, era pianista, originalmente se chamava Bereksohn. Sua família morou durante um tempo em Londres logo após o nascimento de seu filho, onde a criança adquiriu domínio da língua inglesa, e retornaram para França pouco antes de Bergson completar oito anos. Só então ele adquiriu a cidadania francesa.
Bergson recebeu uma educação ligada à religião judaica. Entretanto, perdeu a sua fé ao entrar em contato com a Teoria da Evolução de Charles Darwin. Mesmo possuindo enorme facilidade com as matérias de exatas, especialmente matemática, Bergson optou por cursar Letras, desapontando as expectativas de seus professores. Ingressou na École Normale Supérieure, somando a isso a formação voltada para o ensino de filosofia na Université de Paris.
Bergson viveu uma vida pacata como professor, lecionou em diversos lugares na França, mas retornou a Paris em 1889 onde realizou um Doutorado sobre Aristóteles. Sempre dividiu sua carreira de professor com o tempo para publicação de obras próprias. Ainda em 1896 publica uma grande obra chamada Matéria e Memória, onde reflete sobre a questão do espírito, do cérebro e da matéria, além de como a memória se insere na percepção e no presente, demonstrando grande conhecimento tanto da área de humanas, exatas e biológicas.
Em 1898 se torna mestre de conferências na École Normale Supérieure e no ano seguinte se torna professor titular. Logo em seguida é convidado para ocupar a cadeira de filosofia greco-romana no Collége de France e, posteriormente, substituir Gabriel Tarde na cadeira de Filosofia Moderna, a qual ocupará até o fim de sua vida acadêmica. Em 1907 é publicada sua grande obra: Evolução Criadora. Nela faz uma crítica ao mecanicismo, o positivismo e o determinismo, além de abordar com genialidade a sua visão de mundo profundamente influenciada pela teoria da evolução. Em 1914 recebe o convite para tornar-se membro da Academia Francesa.
Depois de se aposentar da academia, Bergson vivia uma vida modesta ao lado de sua mulher e sua filha. Infelizmente o filósofo desenvolveu um reumatismo que o fez sofrer até o final de sua vida e dificultou sua produção escrita. Seus anos de prestígio haviam passado, mas em 1927 conquista o Prêmio Nobel de Literatura: “Em reconhecimento às ricas e vibrantes ideias apresentadas com brilhante habilidade”. Infelizmente, o filósofo não se encontrava em boas condições de saúde e não pode receber pessoalmente o prêmio em Estocolmo. O grave reumatismo crônico o deixara parcialmente paralizado. Em 1930 a França também o presenteou com um dos mais importantes títulos concedidos para cidadãos franceses, a Grand-Croix de la Legion d’honneur.
Durante o Regime de Vichy, quando a França foi ocupada pelo nazismo, o pensador se recusou a deixar o país com sua família. Todos os judeus foram obrigados a registrarem-se na polícia. Consta que no formulário Bergson escreveu: Professor acadêmico, Filósofo, Ganhador do Prêmio Nobel. Judeu”. Bergson faleceu de bronquite em 4 e janeiro de 1941, numa Paris ocupada, aos 81 anos de idade.